Sobre Norman Gall

Norman Gall está engajado em reportagens e pesquisas sobre a América Latina desde 1961, residindo em Porto Rico (1961-67), Venezuela (1968-74) e Brasil (1977 até o presente). Nascido na cidade de Nova York em 1933 e educado em escolas públicas de Nova York e Nova York University, é diretor executivo do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial em São Paulo desde 1987 e editor do Braudel Papers, seu jornal bimestral de pesquisa e opinião, publicado em inglês e português. Foi Guggenheim Fellow (1968-69) e duas vezes Visiting Fellow na Woodrow Wilson School of Public and International Affairs, Princeton University (1967-68 e 1972-73). Para o American Universities Field Staff (AUFS), ele conduziu pesquisa no Peru, Venezuela, República Dominicana, Colômbia, Bolívia, Chile e Brasil. Como Associado Sênior do Carnegie Endowment for International Peace, conduziu um projeto de pesquisa de três anos (1974-77) sobre o surgimento do Brasil como uma força em assuntos hemisféricos enquanto estava de licença da AUFS. Como editor colaborador da revista Forbes, sediada em São Paulo, relatou a evolução da economia mundial do Brasil, Japão, Europa, Estados Unidos, Brasil, México, Venezuela, Peru, Argentina e Chile. Foi consultor da Exxon Corporation (1979), do Banco Mundial (1984-85; 1989-90) e das Nações Unidas (1985). Seu trabalho foi publicado no The New York Times, The Wall Street Journal, The Washington Post, The Economist, The Baltimore Sun, Newsday, The Philadelphia Bulletin, The New York Review of Books, The Times Literary Supplement (Londres), Commentary, The New Republic, The Nation, The New Leader, The Nation, The National Catholic Reporter, The Observer, The New Statesman, Le Monde, Esprit (Paris), Die Zeit (Hamburgo), O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e outros periódicos europeus e latino-americanos.

Jornalismo

Gall é um jornalista ativo, escrevendo para dezenas de publicações internacionais sobre perspectivas econômicas, sociais, políticas e culturais na América Latina e no mundo. Geralmente resultado de imersões que duram meses em algum país ou região, sua os relatórios são longos, detalhados e acompanhados de extensa análise crítica. Na década de 1960, escreveu centenas de artigos sobre temas como educação rural em Porto Rico, problemas trabalhistas na orla de San Juan, pequenas fábricas no A cidade porto-riquenha de Aibonito, guerrilhas na Colômbia, desenvolvimento econômico na Bolívia, mineração na Bolívia, violência na Nicarágua, o regime Duvalier no Haiti, assassinatos políticos na República Dominicana, guerrilhas maoístas no Peru, guerrilhas na Venezuela, guerrilhas na Guatemala, a relação entre Estado e Igreja em Cuba, a prisão de Juan Peró no Rio de Janeiro e as tensões sociais na cidade de Juarez. Ele foi o primeiro a revelar o papel da CIA no assassinato do ditador dominicano Rafael Trujillo em 1961, e o primeiro a revelar em detalhes a revolta camponesa no sul do Peru. Seus relatórios sobre direitos humanos incluem “Slaughter in Guatemala” [The New York Review of Books, 20 de maio de 1971] e “São Domingo: a Política do Terror” [The New York Review of Books, 2 de julho de 1971]. Nos anos 1970 cobriu a eleição de Salvador Allende (“Chile elege uma revolução”). Seu artigo de 25.000 palavras “Peru: o mestre está morto”, publicado em [Dissent] em Junho de 1971, detalhou o regime militar peruano e suas reformas agrárias. “Reforma Educacional Peruana” foi um longo relatório de 1974 que foi publicado em espanhol como “La Reforma Educativa Peruana” (Lima, Mosca Azul Editores, 1976). No decorrer suas cinco décadas de pesquisa e trabalho na América Latina, Gall manteve um forte interesse pela educação pública, participando do projeto Círculos de Leitura do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial. Em um artigo de Braudel publicado em 2016, “Ceará vai à escola: Shakespeare em Quixeramobim”, Norman descreve o impacto da reforma educacional no Ceará, um dos estados mais pobres do Brasil.

Prêmios e reconhecimentos

Gall foi premiado com uma bolsa Guggenheim em 1968 para estudar a história ibérica e latino-americana.[3] Foi Visiting Fellow na Woodrow Wilson School of Public and International Affairs da Princeton University entre 1967 e 1968 e 1972 e 1973. Em 2010, foi agraciado com o Moors Cabot Prize, o prêmio mais antigo em jornalismo, concedido pela Universidade de Columbia. A universidade anunciou durante a cerimônia que “Norman Gall publica sobre a América Latina há meio século. Cobriu a devastação da Amazônia na década de 1970, as vulnerabilidades do Partido Institucional Revolucionário do México na década de 1980 e, mais recentemente, a fragilidade institucional revelada pelo grande escândalo de corrupção brasileiro durante o governo de Luis Inácio Lula da Silva, em 2005. Por uma década, Gall uniu os mundos do jornalismo e da academia com a criação do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, com sede em São Paulo, onde escreve e publica relatórios detalhados em inglês, português e espanhol.[4] O prêmio elogiou Gall por seu “meio século de reportagens, análises e comentários nas Américas de profundidade, escopo e qualidade incomparáveis”.[5]